Ana, seu sonho era o de ser como “toda mulher” e em
consonância a música de Chico Buarque fazer todo dia tudo sempre igual. Apenas
para escutar de Caetano... E quero que você venha comigo. Todo dia eu quero. Todo o dia, Todo dia...Para assim sentir a leveza de se saber mulher, mulher amada. Alegria. Alívio. Estava
em casa. Todo dia? Todo dia?
Ana já lera Milan Kundera e andava pensando na insustentabilidade
das leves/pesadas generalizações. O que realmente alimentaria sua existência
não era ser como “toda mulher” embora fosse uma resposta fácil.
Pede a Maria. Ela é mulher. Apenas mulher...Mulher mãe de uma
criação boa. Ana, Ana e Ana. A casa e a sombra ... Olhou para casa apagou a
luz, fechou a porta.
Dormiu. Sentiu saudades da casa, resolveu que a ( sobra- Ato
falho- ) sombra daquela casa era onde não queria estar. Sonhou que construía uma casa nova enquanto procurava lugar para o que havia sobrado, aproveitava umas velharias que gostava,
misturava com algumas coisas novas que desejava e deixava espaços vazios para
decidir o que faria enquanto vivesse na casa. Simultaneamente arrumava a casa e escutava músicas, dançando,
arrumando, cantando. Em movimento, Ana e Maria, Maria e Ana... Quem sabe?
Nem mulheres de Atenas, nem Ana de Amsterdam, nem Geni...
Apenas quer ser uma mulher feliz.
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