segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Toda Mulher


Ana, seu sonho era o de ser como “toda mulher” e em consonância a música de Chico Buarque fazer todo dia tudo sempre igual. Apenas para escutar de Caetano... E quero que você venha comigo. Todo dia eu quero. Todo o dia, Todo dia...Para assim sentir a leveza de se saber mulher, mulher amada. Alegria. Alívio. Estava em casa. Todo dia? Todo dia?
Ana já lera Milan Kundera e andava pensando na insustentabilidade das leves/pesadas generalizações. O que realmente alimentaria sua existência não era ser como “toda mulher” embora fosse uma resposta fácil.
Pede a Maria. Ela é mulher. Apenas mulher...Mulher mãe de uma criação boa.  Ana, Ana e Ana.  A casa e a sombra ... Olhou para casa apagou a luz, fechou a porta. 
Dormiu. Sentiu saudades da casa, resolveu que a ( sobra- Ato falho- ) sombra daquela casa era onde não queria estar. Sonhou que construía uma casa nova enquanto procurava lugar para o que havia sobrado, aproveitava umas velharias que gostava, misturava com algumas coisas novas que desejava e deixava espaços vazios para decidir o que faria enquanto vivesse na casa. Simultaneamente  arrumava a casa e escutava músicas, dançando, arrumando, cantando. Em movimento, Ana e Maria, Maria e Ana... Quem sabe?
Nem mulheres de Atenas, nem Ana de Amsterdam, nem Geni... Apenas quer ser uma mulher feliz.

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