terça-feira, 29 de novembro de 2016

Uma árvore que falava me contou:


Amor

E me caem as cascas. São as histórias mal contadas que não se prendem em mim. Casca-a-casca eu as retiro de mim. Troco histórias mal-ditas, por histórias bem-ditas. E o que resta? A luz da velocidade na fotografia do teu olhar ao me ver passar. Só pare quando precisar se entender, mas não espere muita compreensão, pois tem muito ramo verde que ainda será casca. Quando compreendido o mínimo, corra e me veja como todas e como única na estrada de muitas árvores. A verdade é a velocidade que te leva à nova sustância e desacelera a mente de quem não mente para si, mais do que o necessário para existir. E quando busco a verdade faço até pedra me dizer o que preciso saber. Apenas para seguir e não virar pedra e não me tornar apenas casca. 

E busco até as verdades que não gostaria de ouvir, escuto até  mesmo a aproximação do vento cortante que me levará as folhas. E assim, respondo: leve-as todas, mas nunca a mim, quando eu for tão leve que possa ser levada pelo vento já não estarei aqui. 
Invisível para você, visível a quem me possa compreender.
Sou a ideia do amor
Que oferta vida e flor

Amor


E começo e termino igual a todos, no meio, meu único destino inventado por mim.
Antes do fruto do conhecimento a árvore dá a sabedoria em sua existência.
Comam e se regojizem com seus frutos, mas não esqueçam de onde vem.

Amor

Poema de Inverno.

Sob os passos do inverno
as folhas mortas

gritam do chão
avistando as copas peladas
No terror da perda
onde desfazer-se é dor
depois silêncio. É libertador Som dos passos
E quem no ínterim não veria a poesia
e a diria viva.