E antes, inebriada pela imensidão intocada,
deitada na grama do quintal, já as olhava "brilhar, brilhar, quase sem
querer". Antes, naqueles dias de infância, sempre a vê-las, desejando
entendê-las. Elas e seus movimentos, que ainda não eram entendidos como
meus. E existia a certeza que elas
podiam também me ver e quem sabe me entender... Olhos arregalados, esperando o que
me fizesse crescer. Estrela. Estrela. As
músicas sempre me contavam os segredos das constelações do outro polo do meu
coração. Agora, já não há tantos segredos. "Deixar, deixar ser o que se é", já
sou, já sou o que sempre fui.
Mariana Bernardes Goulart