segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Pré-texto /Pretexto


O silêncio... O silêncio... O silêncio... O silêncio...Papel em branco... Tempo passando... silêncio na hora que se queria colocar para fora os gritos caóticos do ser primitivo que coexiste com o ser que escreve. Onde estão as palaaaaaavras!!!??
Silêncio!!! - Pede o papel em branco- Deixa de pensar o que fazer com esses gritos! Me ajuda! Precisamos da caneta... Começa! Eu, papel em branco e tu em silêncio, não vamos a lugar nenhum! Então grita, mas não me rasga, me amassa, mas não me deixa desintegrar, vamos juntos, sou teu espelho ! Agora eu quero ser você e depois você quererá ser eu. Mas pega essa caneta e escreve.

Toda Mulher


Ana, seu sonho era o de ser como “toda mulher” e em consonância a música de Chico Buarque fazer todo dia tudo sempre igual. Apenas para escutar de Caetano... E quero que você venha comigo. Todo dia eu quero. Todo o dia, Todo dia...Para assim sentir a leveza de se saber mulher, mulher amada. Alegria. Alívio. Estava em casa. Todo dia? Todo dia?
Ana já lera Milan Kundera e andava pensando na insustentabilidade das leves/pesadas generalizações. O que realmente alimentaria sua existência não era ser como “toda mulher” embora fosse uma resposta fácil.
Pede a Maria. Ela é mulher. Apenas mulher...Mulher mãe de uma criação boa.  Ana, Ana e Ana.  A casa e a sombra ... Olhou para casa apagou a luz, fechou a porta. 
Dormiu. Sentiu saudades da casa, resolveu que a ( sobra- Ato falho- ) sombra daquela casa era onde não queria estar. Sonhou que construía uma casa nova enquanto procurava lugar para o que havia sobrado, aproveitava umas velharias que gostava, misturava com algumas coisas novas que desejava e deixava espaços vazios para decidir o que faria enquanto vivesse na casa. Simultaneamente  arrumava a casa e escutava músicas, dançando, arrumando, cantando. Em movimento, Ana e Maria, Maria e Ana... Quem sabe?
Nem mulheres de Atenas, nem Ana de Amsterdam, nem Geni... Apenas quer ser uma mulher feliz.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Da série minha janela...



(...) E as árvores choraram folhas com os ventos que as sacolejaram ( Na minha janela, 12-08-2012. Mariana)


mas como é belo esse chorar, doce sabor salgado dos ventos que trazem e levam os sentimentos, que promovem a dança das folhas diante dos rostos das eternas crianças que aprendem a rir das folhas e com as folhas dançar, brincar, criar ventos. (Ainda na minha janela. Mariana)


Conhecer-se a si mesmo exige uma alta dose de tolerância à frustração... Na dança de uma agulha com a outra, o novelo de lã vai se transformando em muitas peças que podemos usar para muitos fins. Algumas vezes, colocamos as agulhas para descansar e temos que desfazer algumas peças para retricotar, a lã fica marcada ( Na minha janela, Mariana)

“Sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não. Sem o verso estilizado. O verso emocionado”
No que estou pensando??? Em “reconhecer” e “(re)conhecer”

Nos desdobramentos do meu ser... na pessoa que está sempre comprometida com o devir... Enfim, acho que é a proximidade do aniversário que me deixou reflexiva, hoje. Hum, na verdade, não sei, inventei isso agora!!! Mas completar mais um ano de ser, estar é algo importante! Nessa semana vi fotos, li, pensei, senti, pensei, li, escrevi e (re)escrevi... e parei agora com algumas idéias!

Idéia de Nietzche, que se tornou Alfredo Naffah, que se tornou Mariana Goulart com acréscimos e decréscimos! Sigo a reflexão....

amor fati... ser capaz de incorporar as alteridades que nos desdobramos sempre, sem medo de se despedaçar e sem perder o amor próprio e ao mundo... Conservar a forma própria significa poder “reconhecer-se” nas múltiplas formas que se vai assumindo, manter o sentimento do próprio através dos inúmeros outros que nos tornamos pela vida afora.
E penso no quanto podemos escrever ‘a mesma coisa’ de formas diferentes e de como necessitamos disso. E não é simples repetição, é a repetição que nos lança. Nos lança a fazer a mesma coisa de forma diferente, a tal ponto, que não seja mais “a mesma coisa”... E sim, uma coisa nova, que na melhor das hipóteses será melhor. E se não for melhor que seja novo, que tenha cheiro e gosto de vida e que se repita o quanto for preciso....

Mente, coração e mãos em ação!
Pensar, sentir, escrever.
Sentir, pensar, escrever.
Escrever, pensar, sentir.
(re)sentir (re)pensar, (re)escrever.
Atualiza a vida, o sentir se colori com cores novas...

Mariana Goulart
(Na minha janela, Fevereiro 2011)