domingo, 24 de novembro de 2013

Da série árvores: A história de duas árvores ; No todo e no nada ; Hegel e Mariana

A história de duas árvores

      Duas árvores que poderiam ser três, ou todas do mundo, mas eram duas que apenas aspiravam ofertar oxigênio para o mundo respirar, até que começaram a se fitar.
     Árvores, doces árvores, generosas árvores... Ninguém sabia dos dias que vertiam lágrimas, pois elas continuavam ali.Fortes. Sutis. E quem poderia negar que os braços mais desenvolvidos eram os que se direcionavam ao outro, na solidão de seus crescimentos se fitavam.
     Algumas flores, alguns frutos, em algumas estações exalavam beleza, noutras, perdiam suas folhas, não sem pesar, mas para manterem-se vivas. Elas sabiam que era a lei da vida. Alguns dias choravam folhas com os ventos que as sacolejavam, mas não sem beleza, apenas leves tristezas levadas com o vento. E devolviam flores, carinhos em brisa. 
     O mesmo vento que leva suas folhas é o que espalha suas sementes. E é assim que se encontram após se fitarem. Lançando suas sementes ao vento. E é assim que se reproduzem para além de si. Se multiplicarão após se desenvolverem. Com o amor, o tempo e a brisa.

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No todo e no nada

No início, no meio e no fim somos todos raízes no todo da terra entrelaçados;  no tronco: solitários; no social: libertados, na medida do alcance dos nossos galhos, compartilhando na leveza do ar das ideias, nas ações dos ventos. De onde vão e vem o todo do nada que nada no todo.

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Hegel expressa que num ramo de árvore está o universal e o particular
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 Ela as observa quando vai e vem do nada, quando lhe convém, quando é grama e terra, quando é pássaro e pedra, quando está na entrega. E é "como se"... os dois significantes que a fazem voltar para escrever. 

Mariana Bernardes Goulart ( No mundo)